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UFPE celebra 198 anos de história com ato solene na Faculdade de Direito do Recife
O ato solene reuniu autoridades acadêmicas, docentes, estudantes, servidores técnico-administrativos e convidados

Por Petra Pastl
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) comemorou, na noite desta segunda-feira (11), no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife (FDR) / Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), os 198 anos de sua trajetória, em alusão à fundação da própria FDR, ocorrida em 1827. O ato solene reuniu autoridades acadêmicas, docentes, estudantes, servidores técnico-administrativos e convidados, em celebração ao curso mais antigo da instituição e um dos pilares do Ensino Superior no Brasil. A mesa da cerimônia foi composta pelo reitor Alfredo Gomes; pela vice-diretora da FDR/CCJ, Antonella Galindo, representando o diretor Torquato Castro Júnior; e pela presidente do Instituto dos Advogados de Pernambuco (IAP), Erika Ferraz. A abertura do evento foi com a apresentação musical dos estudantes do Departamento de Música da UFPE Rute Freitas (violão), Vitor Castanheira (bandolim) e Vanessa de Melo (cantora lírica). O evento contou com transmissão ao vivo pelo canal da UFPE no YouTube.
O reitor Alfredo Gomes destacou que o aniversário da UFPE, e consequentamente da FDR/CCJ, é um momento histórico para todo o País. “É com grande honra e emoção que participo desse momento histórico, aqui na FDR, para celebrar os 198 anos da criação do primeiro curso de Direito do Brasil, um marco que ajudou a moldar a história do nosso país, que começou em nosso estado. E não foi uma escolha por acaso. Pernambuco já era, naquela época, um centro de efervescência política, intelectual e cultural”, pontuou.
A vice-diretora da FDR/CCJ, Antonella Galindo, lembrou que a FDR é muito famosa por ter sido a casa de grandes juristas brasileiros, mas que também deve ser lembrada por ser a nossa casa, e fazer parte do cotidiano de tanta gente hoje. “Essa casa é muito famosa por ter sido a casa de Tobias Barreto, Sílvio Romero, Joaquim Nabuco - grande abolicionista -, Castro Alves, Demócrito de Souza Filho - que dá nome ao Diretório Acadêmico dos Estudantes de Direito -, uma casa com tanta história, com gente que se projetou a nível nacional do ponto de vista da política, como Miguel Arraes, que foi governador, mas foi um nome forte na política nacional, Marco Maciel, que foi vice-presidente da República. Até pessoas da arte, Ariano Suassuna na literatura, Alceu Valença na música. Mas por que não falar que é a nossa casa também? Afinal, ela é mais do que esse prédio tão bonito, e mais do que o seu passado: é também a casa de Margarida, de Erick, de Silvio, de Liana, de Antonella, de todas e todos nós. A alma da FDR são as pessoas”, afirmou.
O reitor aproveitou o momento para explicar que a UFPE está para assinar um projeto de restauração do edifício da FDR/CCJ. “Estamos em vias de assinar o contrato que vai fazer o projeto de restauração desse palácio [o prédio da Faculdade de Direito do Recife]. Nós tínhamos um projeto já feito lá atrás, e ele está sendo não só atualizado, porque estão sendo incluídas novas dimensões, como a questão da climatização, mas também a acessibilidade ao prédio, dentre outros, para que a gente possa assiná-lo. O projeto está na ordem de R$ 1,3 milhão, dentre esses, R$ 300 mil são provenientes da Universidade, e R$ 1 milhão é de doação de uma instituição parceira”, declarou.
Além disso, o reitor também contou que estiveram em Brasília, no Ministério da Educação (MEC), para negociar com o Governo Federal para colocar, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os recursos para a reforma e a restauração. Por se tratar de um prédio tombado, não é uma obra simples, então demanda uma série de cuidados especiais e precisa de diálogos, também, com as instituições que regulam o processo de restauração.
Por fim, o vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo, falou que, atualmente, estamos passando por uma efetiva independência do Brasil. “Este momento político e geopolítico que estamos passando agora, na minha percepção, é quando efetivamente estamos passando por uma independência do Brasil. O que está acontecendo nestes últimos dois, três meses, significa a prática daquilo que foi o grito de 7 de setembro. Estamos, pela primeira vez, confrontando os nossos algozes do ponto de vista geopolítico, e tendo a altivez - não que não tivéssemos no passado - mas estamos tendo de discutir em outro patamar com todas as outras nações do planeta. Isso é muito importante, e será registrado na história daqui a 20, 30, 40, 50 anos”, destacou.
História
A principal referência temporal de criação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é a criação dos cursos jurídicos em 1827, que deu origem à Faculdade de Direito do Recife (FDR). Já no dia 11 de agosto de 1946, foi criada a Universidade do Recife (UR), por meio do Decreto-Lei da Presidência da República nº 9.388, reunindo um conjunto de escolas de nível superior existentes em Pernambuco.
A trajetória institucional avançou significativamente ao longo dos anos. Em 1946, a criação da Universidade do Recife unificou a FDR e outras importantes escolas de ensino superior do estado: a Escola de Engenharia de Pernambuco (1895), a Escola de Farmácia (1903), a Escola de Odontologia (1913), a Faculdade de Medicina do Recife (1915), a Escola de Belas Artes de Pernambuco (1932) e a Faculdade de Filosofia do Recife (1940). Joaquim Amazonas, primeiro reitor, dá nome hoje ao campus principal, no Recife.
Em 1967, com a integração ao sistema federal de educação, a instituição passou a se chamar Universidade Federal de Pernambuco. Desde então, segue consolidando sua missão acadêmica e seu papel estratégico no desenvolvimento científico, cultural e social do estado e do país.
Hoje, a UFPE abriga cerca de 40 mil estudantes de graduação e pós-graduação, três mil docentes e quatro mil servidores técnico-administrativos, espalhados por três campi — Recife, Vitória e Caruaru — e prepara-se para inaugurar, em setembro deste ano, a nova unidade em Sertânia, no Sertão do Estado, com quatro novos cursos.
O ato solene desta segunda-feira reforçou o orgulho e o compromisso da comunidade universitária com essa trajetória quase bicentenária, reafirmando o papel da UFPE como referência nacional em educação superior e formação cidadã.
*Foto de Lucas Emanuel