Autoavaliação Autoavaliação

INTRODUÇÃO

 

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) consolidou-se como uma referência nacional e internacional na área, alcançando conceito 5 na última avaliação quadrienal da CAPES (2017-2020). Este relatório detalha o planejamento estratégico para o biênio 2025-2028, alinhado às diretrizes da CAPES e aos desafios identificados em seminários de avaliação. 

O objetivo central é manter a excelência acadêmica, ampliar o impacto social das pesquisas e superar fragilidades estruturais, administrativas e de produção intelectual.  A antropologia, como disciplina que estuda a diversidade humana em suas múltiplas dimensões, exige um programa dinâmico, capaz de dialogar com questões contemporâneas. 

O PPGA/UFPE destaca-se por sua trajetória histórica, iniciada em 1977 com o mestrado e expandida em 2001 com o doutorado, além de sua atuação transversal em linhas de pesquisa que abrangem desde etnologia indígena até análises de gênero, saúde e desigualdades. 

Neste contexto, o planejamento estratégico serve como um mapa para consolidar conquistas, enfrentar desafios e aproveitar oportunidades em um cenário acadêmico cada vez mais competitivo e globalizado.  

Em 2020, foi começado um processo sistemático de autoavaliação e planejamento realizado por uma comissão permanente. Objetivo deste processo é destacar as fragilidades do programa e planejar estratégias para melhorar a sistemática do trabalho e enfrentar possíveis ameaças externas. A comissão teve a seguinte composição: um professor permanente junior, um professor permanente sênior, um mestrando, um doutorando, um pós-doutorando, um técnico administrativo e um técnico em assuntos educacionais. 

A sistemática de trabalho foi embasada em reuniões trimestrais Cabe destacar também o esforço realizado pela Pró-Reitoria de Pós Graduação da UFPE, que produziu inúmeras ferramentas voltadas a uma maior sistematização do processo de autoavaliação e planejamento. 

 

IDENTIDADE ESTRATÉGICA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA (PPGA/UFPE)

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGA/UFPE) é um espaço de produção e disseminação do conhecimento antropológico, fundamentado na excelência acadêmica, na inovação metodológica e no compromisso com a responsabilidade social. Desde sua fundação, tem se destacado no cenário nacional e internacional por seu impacto na pesquisa e sua contribuição para o debate antropológico contemporâneo.

VISÃO

A visão do PPGA/UFPE está voltada para a consolidação do programa como um centro de excelência em Antropologia, buscando aprimorar continuamente sua atuação acadêmica e social. Para alcançar esse objetivo, o programa se fundamenta em três pilares essenciais:

  • Atualização Contínua: O programa acompanha e integra debates antropológicos contemporâneos, abordando temas emergentes como a decolonialidade, o antropoceno e os direitos humanos. Dessa forma, busca manter-se em sintonia com as transformações sociais e científicas, garantindo que seu ensino e pesquisa estejam alinhados com as demandas da atualidade.
  • Formação Crítica: O PPGA tem como missão a capacitação de pesquisadores com autonomia analítica, desenvolvendo habilidades metodológicas rigorosas e fomentando um compromisso ético no trabalho de campo. Além disso, incentiva o engajamento social dos discentes, promovendo uma produção acadêmica que dialogue diretamente com as realidades sociais e culturais estudadas.
  • Impacto Sociocultural: O programa busca traduzir o conhecimento acadêmico em ações práticas e políticas públicas. Isso inclui consultorias para a formulação de políticas sociais, projetos comunitários, ações de preservação cultural e intervenções em contextos de vulnerabilidade social, ampliando a influência do conhecimento antropológico na sociedade.

VALORES

Os valores que orientam o PPGA/UFPE são pautados por um compromisso com a equidade, o diálogo interdisciplinar e a responsabilidade social, consolidando uma formação acadêmica que valoriza a diversidade e a inclusão.

  • Compromisso com a Equidade: O programa adota políticas afirmativas para a inclusão de grupos historicamente sub-representados, como negros, indígenas e a população LGBTQIA+. Essa estratégia visa ampliar a pluralidade acadêmica, promovendo um ambiente de aprendizado mais representativo das múltiplas experiências sociais e culturais do Brasil.
  • Diálogo Interdisciplinar: A colaboração com outras áreas do conhecimento, como Museologia, História, Sociologia e Artes, é um pilar fundamental do PPGA. Essa abordagem multidisciplinar permite uma compreensão mais ampla dos fenômenos antropológicos, favorecendo o intercâmbio de metodologias e perspectivas teóricas.
  • Responsabilidade Social: O programa mantém parcerias com movimentos sociais, ONGs e instituições públicas, com o objetivo de enfrentar desigualdades estruturais e contribuir para a formulação de políticas mais inclusivas e eficazes.

 

AMBIENTE INTERNO

PONTOS FORTES

O programa se destaca em diversos aspectos, consolidando-se como uma referência nacional e internacional.

  • Resiliência durante a Pandemia: Durante o período da pandemia de COVID-19, o PPGA demonstrou grande capacidade de adaptação, garantindo que 85% das dissertações e teses fossem concluídas dentro do prazo estabelecido. A implementação do ensino remoto e o suporte contínuo aos discentes foram fundamentais para esse sucesso.
  • Diversidade Temática: O programa abrange uma ampla gama de pesquisas, indo desde estudos sobre cosmologias indígenas até análises dos impactos da digitalização na vida social. Essa diversidade fortalece a formação dos discentes e amplia a inserção acadêmica do PPGA.
  • Internacionalização: A participação do PPGA em redes acadêmicas internacionais e colaborações com universidades estrangeiras reforçam sua presença no cenário global, possibilitando intercâmbios e pesquisas conjuntas.
  • Políticas Afirmativas: Desde 2018 implementamos as ações afirmativas, a partir de 2021 50% das vagas do programa são reservadas para cotistas, o que tem resultado em uma maior pluralidade no corpo discente e no fortalecimento das discussões sobre diversidade e inclusão dentro do ambiente acadêmico.

FRAGILIDADES

Apesar dos avanços, alguns desafios precisam ser superados para fortalecer ainda mais o programa:

  • Falta de Suporte Administrativo: Entre 2020 e 2023, a ausência de secretários impactou diretamente a organização de eventos acadêmicos e o funcionamento burocrático do programa, evidenciando a necessidade de reforço estrutural nesse setor.
  • Baixa Produção Bibliográfica: Os docentes do PPGA publicam, em média, 1,5 artigos por ano, um número abaixo do exigido para a obtenção do conceito 6 pela CAPES. Esse dado ressalta a necessidade de estratégias para estimular a produção acadêmica.
  • Dificuldades dos Egressos: Apenas 30% dos mestres e doutores formados pelo programa publicaram artigos nos primeiros três anos após a conclusão, indicando desafios na transição entre a pós-graduação e a vida acadêmica ou profissional.

AMBIENTE EXTERNO

OPORTUNIDADES

Diante dos desafios internos, o PPGA identifica diversas oportunidades para expandir suas atividades:

  • Convênios Internacionais: As parcerias com a Universität Marburg (Alemanha), com a Università di Torino (Itália) e com a Pontifícia Universidade Catolica de Lima (Perú) fortalecem a mobilidade acadêmica, permitindo que mais alunos realizem intercâmbios e aprimorem sua formação.
  • Financiamentos Culturais: Editais do Ministério da Cultura e do BNDES oferecem recursos para projetos de patrimônio imaterial, abrindo novas possibilidades de atuação para o PPGA.
  • Prêmios Acadêmicos: A participação em concursos acadêmicos, como o Prêmio ANPOCS de Teses, representa uma oportunidade para dar maior visibilidade às pesquisas desenvolvidas no programa.

AMEAÇAS

O cenário externo apresenta desafios que podem impactar negativamente o PPGA:

  • Cortes Orçamentários: A redução de 20% nas bolsas CAPES entre 2019 e 2023 compromete a continuidade dos estudos e a manutenção da pesquisa de qualidade.
  • Incerteza Política: Mudanças nas prioridades governamentais afetam diretamente o financiamento e a estabilidade dos projetos acadêmicos.
  • Mercado de Trabalho Restrito: A escassez de vagas para pesquisa acadêmica na região nordeste, comparativamente com o sul - sudeste, pode desestimular o ingresso de novos pesquisadores no campo da Antropologia.

RESULTADO DA AUTOAVALIAÇÃO

A autoavaliação do PPGA/UFPE é um processo contínuo e reflexivo, essencial para identificar fortalezas, desafios e oportunidades de aprimoramento.